22 de outubro de 2009

CPI aprova requerimento para averiguar uso de bomba de cobalto em Santos


A CPI criada para investigar denúncias de erros médicos, presidida por José Bittencourt (PDT), realizou reunião nesta terça-feira, 20/10, com a presença dos deputados Milton Flávio e Pedro Tobias (PSDB), Uebe Rezeck (PMDB), Gilmaci dos Santos (PRB) e Fausto Figueira (PT).

Os hospitais da Beneficência Portuguesa, de Santos, e o Estadual Manuel de Abreu, de Bauru, foram alvo de requerimento que objetiva a averiguação do uso correto da bomba de cobalto. Os hospitais vinham utilizando o aparelho com as pastilhas atômicas vencidas, causando aos pacientes prejuízos como queimaduras e problemas clínicos desastrosos. O uso desses aparelhos está suspenso.

O requerimento aprovado faz com que sejam convidados para depor na comissão os diretores clínicos dos hospitais citados, representantes da Vigilância Sanitária e da Comissão Nacional de Energia Nuclear. A oitiva será feita, às 11h, no dia 28/10.
Os deputados ouviram ainda os depoimentos de Urbano Luiz Fonseca, diretor presidente da Clínica Vistamed, e de Maria Oneide Vaz da Silva, vítima de erro médico.

O depoimento de Fonseca, médico oftalmologista, teve o objetivo de esclarecer caso em que ele foi responsável por cirurgia de implante de córnea que, segundo ele, foi realizada acidentalmente no olho errado. O médico ressaltou que já realizou com êxito mais de três mil cirurgias semelhantes e que "lamenta o ocorrido". Há um processo civil contra ele e o diretor da clínica espera poder compensar o paciente "por uma questão moral".

O deputado Milton Flávio, que também é médico, estranhou a justificativa de que o acidente tenha ocorrido por falta de marcação de consulta pré-cirúrgica do olho que seria operado, e de que o paciente, anestesiado, não pode ajudar na identificação do olho a ser operado. O parlamentar afirmou: "o paciente estava anestesiado, mas o médico não!"

O segundo depoimento, de Maria Oneide Oliveira, trouxe o caso de sua irmã Maria das Graças Silva, que teria sido operada e passado por tratamentos de quimio e radioterapia indevidamente e acabou morrendo em consequência desses procedimentos inadequados. Oliveira entregou ao relator da CPI, Uebe Rezeck, o dossiê do caso, que será examinado pela comissão.

A procuradoria da Assembleia Legislativa enviou à CPI os pareceres 358/09 e 359/09, que consideram respectivamente os casos de Emília Faria Souza e de Maria das Graças Silva "particulares", os quais a CPI não deve investigar. Porém, a decisão de investigar ou não os casos deve ser tomada pela própria CPI.

O presidente da CPI e os deputados Pedro Tobias e Uebe Rezeck visitarão o Hospital Estadual de Bauru para verificar as irregularidades.

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